Saturday, June 25, 2005

Os tenis de Velcro

Xiça que há dois meses e picos que não escrevia cá nada, mas eis que retorno a este meu estimado cantinho de lembranças, qual baú empoeirado no sotão. Então a minha memória de hoje não é tanto como as as outras, é um objecto concreto e não um programa ou filme. Pelo título nada misterioso do post, já terão percebido do que se trata, dessa pérola do calçado juvenil, esse bastião da preguiça infantil. Estava eu hoje no supermercado a ver congelados quando aparece um miúdo, meio gordito até (se estiveres a ler, não leves a mal) a escolher a pizza da sua preferência. Olhei para ele e reparei que, sobreposto às suas meias brancas sem bonecos, estavam uns ténis, mas não um par de ténis qualquer, não. Nem me vou armar em Sir Arthur Conan Doyle, é mais que óbvio que a enfermeira matou o Sr. Alves, aliás, que o tal badochinha estava a calçar uns simpáticos ténis com atacadores de velcro.
Ah... os ténis de velcro... (olhar distante, preferencialmente olhando fixamente o tecto). Acontece que durante muitos anos, não usava qualquer calçado com atacadores "normais" (apesar de ter sido a minha primeira namorada, a doce Mafalda Nova, nos nossos 3 ou 4 anos, que me ensinou a atar aquelas coisas, mas enfim, não vem ao caso). Muitas pessoas não entendem a vantagem e significancia de possuir ténis com atacadores de velcro, mas eu explico para que essas mentes menos visionárias. Além de muito prático não der que dar nós e simplesmente "colar" aquilo (estou a partir do principio que sabem do que diabo estou a falar, senão passo simplesmente por ainda mais louco e demente do que já sou - está ilustrado na foto), esta maravilha da engenharia permite poupar valiosos segundos de manhã, e, portanto, dormir preciosos segundos adicionais em relação a quem não os possuia, fazendo do seu dono uma criança muito mais inteligente e conhecedor do que a média! Aguardo assim com alguma ansiedade o dia em que aquele pequeno badochinha que hoje se cruzou comigo por breves instantes (sim, selecionou rapidamente a sua pizza) receba o prémio Nobel da Física!

Tuesday, April 19, 2005

Homem-Aranha e os seus fantásticos amigos

O homem-aranha é um dos super-heróis mais populares de sempre, sem grandes dúvidas. Felizmente, é dos mais bem representados a nível de animação. Olhando em retrospectiva, cada geração desde os anos 60' teve direito a um bom desenho animado por década. Pessoalmente, e sim, é possivel que não esteja a ser completamente imparcial, acho que a minha até teve a melhor. Nos anos 80 (81, acho) a Marvel e a ABC lançam "Spiderman and his Amazing Friends". Homem-aranha é aqui ajudado pelos seus dois grandes amigos - Homem de Gelo e Estrela de Fogo, cujos poderes até poderia listar, se não fosse tão redundante e achasse que os meus caros leitores são burros, o que não são. Não me lembro de ver na Tv quando era miúdo, mas de certeza que dava. Antes via as cassetes alugadas e repetidas inúmeras vezes em loop continúo, dobrado em brasileiro. Apesar de os bons sempre ganharem (duh), sempre achei - e re-vendo hoje, mantenho a opinião - que eram desenhos animados muito criativos e bem escritos. Claro que certos pormenores só hoje "apanho", como o facto de o criador da personagem - o mítico Stan Lee - participar como narrador no começo das histórias, mas mesmo assim, muito bem feita. Enfim, este hoje fica curto. Aproveito também pra informar que Spiderman and his Amazing Friends está em reposição na :2, nas manhãs de semana.
Repararam que não pedi desculpa pela demora de mais de um mês?

Monday, March 14, 2005

TeenWolf

Bom, primeiro um pedido de desculpas que já vai sendo costume - mas desta vez acho que me excedi - já há muito que não postava.
Se calhar muito boa gente não viu este filme, e se calhar, com muita razão. É um filme mau, não desminto. No entanto, é muito divertido, e, quando somos putos, isso compensa um mau filme. Para resumir a trama complexa, Michael J Fox é Scott Howard, jovem normal, pacato e algo tímido e que joga na pobre equipa de basket do seu liceu. O que ele não sabe (descobre-o durante o filme, curiosamente) é que vem de uma longa linha de Lobisomens. Assim que se torna também ele num, o jovem Scott transforma-se num fenómeno - de popularidade e no referido desporto. Claro que não é preciso um diploma universitário para advinhar o que se segue - a sua vida muda, ele acha que é feliz até perceber que sente falta da sua vida normal e dos seus antigos amigos e regressa tudo mais ao menos ao normal do fim. Parece pouco genial e de facto é pouco genial. Mas tem uma qualidade qualquer que não sei explicar mas que faz dele muito divertido. Pronto, não há muito mais a dizer, o sucesso foi relativo e ainda deu para uma sequela - já sem Michael j Fox, agora famoso com a trilogia do Regresso ao Futuro - e uma série de animação - deu no canal Panda há não muito tempo, era catita, por acaso.

Deixem as vossas sugestões de temas nos comentários!

Sunday, February 06, 2005

Turma da Mônica

Em diversos posts anteriores referi alguma outra coisa que não o tema e disse que lhe dedicaria um futuro post. Pela primeira vez, vou faze-lo. Aquando do texto sobre o Tio Patinhas, mencionei outra das minhas grandes aventuras do universo da BD - A Turma da Mônica. Escrever sobre esse fantástico grupo de personagens criado pelo brasileiro Maurício de Sousa é díficl porque marcou-me como poucas outras coisas da minha infância. Mônica e o seu incardido coelhinho Sansão, Cebolinha, que trocava os Rs pelos Ls, Cascão, que tinha pavor de água, Magali, que comia de tudo mesmo, Franjinha e Bidu, Rolo e Tina, Nimbus e o Do Contra, Chico Bento, Astronauta, Penadinho e várias várias outras que povoavam (e povoam) esse universo mágico que vinha divido aos quadrados e colorido com carinho e criatividade. As histórias variam entre mais engraçadas e mais tocantes mas quase todas tinham uma boa dose de ambos. A popularidade do grupo tornou-se tamanha que todo o género de produtos - camisolas, bolachas, fraldas, lancheiras - até filmes e mesmo um Parque Temático (não muito fascinante, por sinal). Estive agora, nestes últimos minutos, a reler algumas das revistas e posso garantir que não perderam uma pitada da magia. Numa época em que o "entretenimento" tem coisas de um mau gosto inqualificável, fico feliz por saber que muitos miudos de hoje ainda podem crescer com estas pérolas que acredito que vá fazer delas mais criativas, inteligentes e sensatas. Bom, se me permitem, vou voltar à minha leitura, felizmente ainda tenho algumas revistas, depois de um ano que voltei de férias para descobrir que a minha mãe tinha-se desfeito de um baú inteiro de revistas minhas.


Saturday, January 29, 2005

Tio Patinhas & Co.

Na não particularmente pacata cidade de Patópolis habitam algumas das mais memoráveis personagens da infância de muito boa gente. Tio Patinhas e a sua impenetrável caixa-forte, Donald e os seus adoráveis sobrinhos - Zézinh, Luizinho e Huginho, o insuportável Gastão, a simpática Margarida ou o genial Professor Pardal. No espectro oposto tínhamos, como não podia deixar de ser, um rol de vilões que por mais que se esforçassem nunca conseguiam levar os seus diabólicos planos a bom porto. Destaque para a dupla de bruxas Madame Mim e Maga Patalógica e a sua obsessão sinistra em conseguir a preciosa moedinha número um do maior sovina da história da banda desenhada. A lista dos bandidos fica completa com os irmãos metralha e o obscuro Mancha Negra. Também há o Bafo-de-Onça mas tenho ideia que apareça mais no Mickey que propriamente no Patinhas. É obviamente possível que me falte gente nesta lista, but give me a break que vou fazer 20 anos.... Independentemente do galopante avanço da minha idade, e portanto, do rápido retrocesso da sanidade mental, e por mais que não consiga precisar todas as histórias que li durante muitos (aliás, foi com estas BDs, e outras como a Turma da Mônica, abordada em futuro post, que aprendi/comecei a ler), sei que marcaram profundamente (mesmo que inconscientemente) e sem dúvida que moldaram uma boa parte da pessoa que sou hoje. As aventuras e desventuras, os dilemas, o humor... Por isso, obrigado Tio Patinhas e co.!

Monday, January 10, 2005

Dartacão e Feliz Ano Novo

Realmente já fazia algum tempo que não postava nada, não que tenha que dar satisfações ou que alguem se incomode realmente. Antes de mais, quero desejar-vos a todos um bom ano de 2005. Feita a introdução, adiante.
Eram uma vez os três, os famosos moscãoteiros, tra la la la la la la, la la la la la la. Pronto, vocês sabem a música, de certeza. Esta adaptação da famosa obra de Alexandre Dumas é outro marco de uma geração. Pessoalmente, acho que deve ter sido uma reunião gira quando alguém apresentou a ideia de fazer "uns desennhos animados com os mosqueteiros, mas com cães - os miudos vão adorar", eu cá não sei se teria achado um projecto vencedor mas a verdade é que a coisa foi para a frente e ainda bem. Uma produção Espanhola/Japonesa (sim, mais uma mistura gira), a série durou apenas 26 episódios, embora na minha memória tenha parecido bastante mais, provavelmente devido às inúmeras repetições. Já não vejo aquilo com atenção há muitos anos, apesar de até ter dado no canal Panda ai há uns tempitos. Acho que a principal lembrança de muita gente será aquela banda sonora tão catita que abria cada novo episódio. Mas as personagens eram também muito interessantes. Tinhamos os três moscãoteiros, a bela Julieta- paixão de Dartacão e que fazia o seu nariz corar sempre que a via e os vilões clássicos - o cardeal Rechelieu, o Conde Rocheforte e Milady, entre outros que certamente me escapam... Entretanto até há DVDs disponíveis, a série completa no Reino Unido e penso que apenas o filme em Portugal. A ver se compro um dia para rever as aventuras sempre interessantes que tantas vezes vi nas tardes de semana. Enfim, para quem quiser saber mais, este site Muskehounds está bastante completo.


Tuesday, December 21, 2004

Lembranças e um feliz Natal

Não sei exactamente o que pretendo com este post, de teor bem diferente dos habituais. Sei que estava ontem a caminho da casa de uma amiga para mais um simpático almoço e passei por um pequeno jardim onde dois miudos faziam o tradicional "baliza a baliza" com uma bola e uma pitada de imaginação. Não pude deixar de ficar um bocadito ali a olhar, com os olhos ligeiramente vidrados, enquanto regressava no tempo a tantos jogos de futebol, com regras tipo "guarda-redes avançado", "3 vira, 6 acaba", "sai na linha da árvore" e várias outras que imagino serem universais mas que realmente não tenho certeza se transcedem aquele pequeno grupo que se sujava de terra em todos os intervalos que a escola concedia. Tantas horas, tantas bolas perdidas, roubadas, furadas, tantos golos, tantas alegrias, tantas desilusões, tantas memórias. Confesso que me invadiu uma ligeira tristeza no momento em que me apercebi, talvez pela primeira vez na vida, que nunca mais vou ter aquela idade. Não me estou a queixar, a sério que não. Com o tempo vêm outras coisas boas, não é isso que me tocou. Aliás, nem sei bem o que foi. Também não sei porque carga de água me deu para partilhar isto com vocês, estimados leitores. De qualquer forma, desejo a todos um Natal muito feliz (talvez se justificasse um post especial sobre a nostalgia dos "Natais de puto") e um 2005 em grande (como os anos passam).