Wednesday, November 24, 2004

Cadernetas

Ahhh essa tão inesgotável fonte de despesa. Podia não parecer muito, afinal, 40 paus por uma saqueta de 5 cromos é, na mente de um puto, uma pechincha sem igual. Mas no final, somando todas as saquetas mais a caderneta dá um valor considerável. Claro que olhando em retrospecto o prazer que aquilo dava (vá suas mentes rebarbadas, sabem que não estou a falar disso...) é priceless e por isso insistiamos em completar aquilo, a todo o custo. Especialmente bom para tal era um espirito de negócio aguçado e um pouco de sorte para encontrar um miudo estúpido o suficiente para trocar um cromo banal por cinco dos "mais díficeis" (sim, havia niveis de dificuldades não oficiais atribuidos a cada figurinha, que valorizavam o investimento). Qual feira da ladra, todos os recreios se transformavam em locais de regateio. Havia para todos os gostos e idades, desde os super-heróis da moda (He-Man, Tartarugas Ninja) até à Barbie, filmes e, claro de Futebol. Sim, todos os anos a Panini (principal empresa do negócio do "chula-os-putos", digo, cadernetas) lançava o album oficial da temporada, com fotos dos principais jogadores das equipas da primeira divisão, bem como cadernetas para os eventos desportivos (Mundial e Euro). E nós lá iamos, que nem uns desesperados, a correr para acabar aquilo o mais depressa possível... Eu cá sinto falta, até já pensei em começar alguma dessas novas, mas ainda "não se proporcionou" (expressão preferencial para "não tive uma ponta de paciência). Talvez agora. Ah... a emoção de abanar a carteirinha antes de a abrir, o que, pensando bem, não faz sentido absolutamente nenhum, e depois percorrer rapidamente os olhos pelas figuras, sabendo instantaneamente se já tinhamos, graças a uma base de dados avançada (e assustadora) que todos possuiamos acerca do que já nos tinha calhado. E, claro, o sentimento de imbecilidade quando os habilidosos como eu colavam o maldito mal e aquilo ficava com um vinco ligeiro, mas que estragava logo a estética da página...
Bons tempos, bons tempos.


Tuesday, November 09, 2004

Tetris

Ora aqui está um jogo que todos de certeza já jogamos e as três ou quatro almas penadas que, por razões que não consigo sequer conceber (não é um convite para chutarem possíveis razões socio-economico-culturais para tal) devem já conhecer o conceito desta pequena maravilha, capaz de enervar até o mais calmo dos monges. Criado por um tal de Alexey Pazhitnov, Tetris tornou-se rapidamente num fenómeno - começando nos PCs até se expandir para praticamen todas as consolas fabricadas nos anos 80. Aliás, a (minha) primeira consola, propriamente dita e do meu ponto de vista, (também não quero cá maluquinhos do Spectrum a mandar vir por causa desde comentário) a NES - Nintendo Entertainment Sistem (da qual falarei em post futuro) trazia o jogo, num cartucho triplo que incluía ainda o Super Mario (também absoulto clássico, também abordado brevemente) e o World Cup. Por mais simples que seja a ideia, não deixa de ser um jogo mais complicado do que aparenta, especialmente pelo facto de, na prática, apenas termos metade do espaço que há, já que assim que as peças passam essa zona, os nervos são tantos, a zona de manobra tão reduzida e a música tão cretinamente composta para nos desconcentrar que é quase impossível salvarmos a sopa, a partir do tal ponto.
Só para quem não está a ver bem de que raio estou a falar (vejam a imagem, em baixo) Tetris é um jogo em que temos que completar linhas com as peças que nos são enviadas dos céus. A cada linha formada ela é eliminada e pontos são acrescidos ao nosso total. À medida que este progride, avançamos de nível e, logica e consequentemente, também a dificuldade multiplica, com as peças a descerem a uma velocidade cada vez maior e a já referida música a dar-nos cabo dos nervos. Pode parecer um bilhete só de ida para a Loucura mas não é (passa perto). A verdade é que, com algumas horas de treino, acabamos por ganhar o jeito à coisa e tudo se afigura mais fácil, com os movimentos a saírem quase mecanicamente e as etapas a serem ultrapassadas com rapidez e eficiência.
Para quem tiver com saudades deste mítico passatempo, para todas as idades, vão ao google e escrevam "Tetris" que de certo vão encontrar vários sites onde podem jogar, de borla, um dos grandes clássicos dos jogos de video ancestrais.
Até a uma próxima! (vão dando sugestões, como fez alguém recentemente, para o que querem ver aqui relembrado).