Saturday, September 25, 2004

Agora Escolha

Para o meu primeiro post neste blog vou falar desse mítico programa que tanto influenciou a minha infância - o Agora Escolha, esse bastião da Democracia que nos permitia escolher o programa que queríamos ver, abrindo-nos o leque para escolhas tão alucinantes quanto MacGyver, a reposição da Missa Dominical e um documentário sobre os hábitos de acasalamento das formigas vermelhas do Burundi. Mas isto foi mais para o fim - no início podíamos mesmo escolher entre séries como o já referido MacGyver, Esquadrão Classe A e o Justiceiro (a série do Kit) - de referir que cada um dos programas que passava no Agora Escolha é merecedor de um post neste blog só por si. Mas eu, principalmente ao início, via a série muito mais pelos clássicos desenhos-animados que passavam durante o período de escolha (o meu favorito foi o Tom Sawyer mas muitos por lá passaram). Este post ficará pequeno pois convido, no espírito deste nostálgico programa, cada um a lembrar-se de todos os programas que por lá passaram e que, tal como a mim, construíram a vossa infância.

Monday, September 06, 2004

He-Man - Desenhos Animados

[Desenhos Animados]

E o grande He-Man? Lembram-se deste? “Pelos Poderes de Greyskull, EU TENHO A FORÇAAAA!”. Pois é, este é bem capaz de ser o ícone máximo da minha infancia. Chegava a ver as cassetes alugadas no clube de vídeo do bairro umas três e quatro vezes seguidas. Começava, via, acabava, rebobinava e força outra vez. “Versão Brasileiro...Herbert de Richards”, quem não se lembra disso e, melhor, quem fazia, pelo menos na altura, a minima noção de quem era este individuo que tantas horas de felicidade nos propunha? Relembrando a traços largos o essencial da história, tinhamos o Adam, príncipe deste adorável lugar chamado Etérnia. Adam não era particularmente bravo mas quando havia problemas, e estes vinham normalmente atrelados ao pérfido Esqueleto, ele erguia a sua espada mágica, dada pela Feiticeira, e gritava a tal frase referida no ínicio do texto (“Pelos Poderes de Greyskul, eu tenho a força!”) e transformava-se então no poderoso He-Man. Não é uma trama muito complexa mas mesmo assim eles explicavam isto tudo no começo de cada episódio, acompanhado daquela musica memorável. No fim de cada capítulo, lá vinha uma das personagens principais (He-Man, Homem-de-Armas ou Teela) dar-nos a lição de moral que deviamos tirar dos eventos daquele episódio, como se fossemos burros a ponto de não perceber, mas damos o desconto.

A minha pancada com esta brincadeira era tal que chegou ao ponto de fazer figuras pouco felizes na praça pública. A mais costumeira era sair à rua de espada às costas (a oficial, claro) e, quando alguma simpática senhora me perguntava o nome (também nunca percebi porque faziam isto, nem me agradava particularmente), bradia a alto e bom som, enquanto sacava da arma – “EU SOU HE-MAN!”. Perante um misto de espanto e uma maliciosa delicia (certamente desconfiava da minha sanidade mental, coisa que vim a descobrir ao longo da vida (ok, até aos 19) que até é normal, no que me toca...) da tal pseudo-simpática tipa, lá vinha a minha mãe dizer que não, o meu nome até era normal, era Pedro. Mas eu discordava e reafirmava a minha condição de “Defensor dos poderes do Castelo de Greyskull”. Perante a insistência, acaba a discussão, a minha mãe deixava-me fazer a figura de parvo, pensado que formava o carácter (na realidade forma é complexos), e a vida continuava.

Fora este tipos de incidentes, mais frequentes do que eu gostava que fossem, olhando em retrospecto, é um desenho animado que acho que pode, sem levantar controvérsia, ser considerado um clássico. Há também o filme, aliás, dois, um com actores, quer dizer, com o Dolph Lundgren, não sei até que ponto somos bonzinhos para considerar..., e um outro que é em desenhos animados, formato longa-metragem. Do primeiro não há muito a dizer. Não é grande coisa. Até podemos dizer que é mau mas por outro lado gosto por ser o.. He-Man. E por mais série-B, abandalhado e “vamos lá fazer uns dinheiros à pala do herói de infância dos putos” tenho a cassete e já vi muitas muitas vezes... O segundo é uma obra-prima. Talvez o relembre em outro post, com mais detalhe. Sumariamente, é quando He-Man descobre que tem uma irmã gémea, a princesa Adora, que foi raptada quando eram crianças. Assim, tem que a ir resgatar até descobrir que ela também tem uma espada mágica, apesar de estar ao serviço dos “maus”. Aliás, Adora é nem mais nem menos que “She-Ra”, que também teve direito a uma série de animação só sua, com mais de meia centena de episódios.

Para os mais nostálgicos, é possível ainda em alguns clubes de vídeo encontrar cassetes de He-Man. O tal filme (“O Segredo da Espada Mágica”) é mais difícil. Uma solução é procurar no programa Emule, eu encontrei o filme dobrado em brasileiro! Ainda bem porque a cassete já está bem gasta de repetidos visionamentos. Em Inglaterra foi lançado recentemente o DVD da série, 3 volumes por enquanto. Não é má compra, tendo o primeiro não me arrependo mas falta a dita dobragem, essencial para o efeito nostalgico total.

Depois desta primeira versão da série (produzida pela Filmation em meados dos anos 80) já foram feitas outras duas (uma nos anos 90 e outra que começou a ser transmitida nos EUA ano passado). Nenhuma delas tão boa como a original, mas "a ver" para os verdadeiros fãs do grande HE-MAN.

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