Tuesday, December 21, 2004

Lembranças e um feliz Natal

Não sei exactamente o que pretendo com este post, de teor bem diferente dos habituais. Sei que estava ontem a caminho da casa de uma amiga para mais um simpático almoço e passei por um pequeno jardim onde dois miudos faziam o tradicional "baliza a baliza" com uma bola e uma pitada de imaginação. Não pude deixar de ficar um bocadito ali a olhar, com os olhos ligeiramente vidrados, enquanto regressava no tempo a tantos jogos de futebol, com regras tipo "guarda-redes avançado", "3 vira, 6 acaba", "sai na linha da árvore" e várias outras que imagino serem universais mas que realmente não tenho certeza se transcedem aquele pequeno grupo que se sujava de terra em todos os intervalos que a escola concedia. Tantas horas, tantas bolas perdidas, roubadas, furadas, tantos golos, tantas alegrias, tantas desilusões, tantas memórias. Confesso que me invadiu uma ligeira tristeza no momento em que me apercebi, talvez pela primeira vez na vida, que nunca mais vou ter aquela idade. Não me estou a queixar, a sério que não. Com o tempo vêm outras coisas boas, não é isso que me tocou. Aliás, nem sei bem o que foi. Também não sei porque carga de água me deu para partilhar isto com vocês, estimados leitores. De qualquer forma, desejo a todos um Natal muito feliz (talvez se justificasse um post especial sobre a nostalgia dos "Natais de puto") e um 2005 em grande (como os anos passam).

Wednesday, December 15, 2004

Tartarugas Ninja

O que à partida parecia uma criação absoluta demente de um cartoonista ébrio tornou-se um ícone incontornável da cultura pop e de muitos putos que hoje estão a entrar na fase adulta. O conceito é o seguinte - quatro tartarugas bebés estão no esgoto quando, num belo dia são banhadas por um liquido misterioso. Isto faz com que elas se transformem em tartarugas "gigantes" (tamanho humano) e que falem e façam outras coisas "giras". Também banhado pela lama verde foi um velho rato que tinha passado a vida no Japão. Splinter (o rato) adopta os simpáticos répteis e da-lhes os nomes dos seus pintores favoritos - Leonardo, Rafael Donatello e Michael Angelo. Ensina-lhes então os mistérios do karaté e juntos combatem o crime e as forças de um tal de Shredder - o Destruídor - curiosamente, o tipo que matou o mestre do rato, ainda no país do sol nascente. Shredder está ainda associado a uma personagem bizarra - Krang - um cérebro com olhos que habita na barriga de um corpo biónico e sim, é tão sinistro quando a descrição sugere. Há ainda os capangas- Rocksteady e Bebop, também mutados de algum animal infeliz e muito pouco inteligentes. Falta, claro, April O'neill (para tentar balancear o óbvio excesso de testosterona), a jornalista de indumentária amarela que arranjava sempre maneira de se meter em confusões. Há ainda uma série de vilões e outras personalidades secundárias que apareciam esporadicamente como o chefe de April ou o Homem-mosca (não me lembro do nome) que davam um certo colorido aos desenhos. Enfim, uma grande série que, obviamente, proporcionaram ao departamento de vendas uma fortuna com bonecos, t-shirts, mais bonecos, cassetes de video, mais bonecos, as armas em plástico e, claro, bonecos.

Também deu origem a três filmes, os dois primeiros bastante interessantes, o último bastante cretino já. Em posts futuros poderei falar deles.



Sunday, December 05, 2004

Macgyver

Macgyver=rei, genio, supra-sumo, senhor e mais os adjectivos e substantivos do género que vos apetecer atirar para o molho. Dito isto, adiante. Começa a ser redundante a mesma afirmação em todos os posts mas cá vai: [Macgyver] marcou esta geração. Repetitiva a frase mas verdadeira. A começar pelo tema musical, um dos mais espetaculares e ainda hoje reconhecidos da história de televisão. É natural que muita gente já se encontre um pouco saturada do velho Angus (sim, esse é o seu obscuro primeiro nome), mas eu ainda o gramo bastante. Fiquei, aliás, radiante quando vi o seu regresso aos nossos ecrãs, pela mão da Sic Radical. Quem mais tinha aquela capacidade incrível de se safar de todas as alhadas com apenas um canivete suiço vermelho (sim, eu tenho naturalmente um igual). Eu admito, sempre tive curiosidade em saber se aquelas invenções, que não se pareciam nada (para pena minha) com as minhas aulas de física e química, poderiam de facto ser aplicadas na vida real...
Protagonizada por Richard Dean Anderson (que veio depois a fazer a também muito catita série de ficção científica "Stargate"), Macgyver capturava a nossa imaginação todas as semanas com uma fórmula bastante básica, bastante repetida e bastante bem sucedida - Macgyver sabe da existência de vilão, Macgyver vai atrás do vilão, vilão apanha Macgyver e emprisiona-o num local impossível de sair, Macgyver descobre o pó de arroz (ou outra porcaria qualquer), usa isso para sair do local impossível de sair e apanha finalmente o vilão. Essencialmente, era isso. Cliché ou não, pouco original ou não, era sempre entusiasmante ver o tipo cortar o fio certo da bomba quando faltava apenas 1 segundo para ir tudo pelos ares.
Episodios que mais me ficaram na memória - um das formigas assassinas, um num barco em que o Macgyver recebia as instruções para desarmar o engenho explosivo por rádio e quando lhe disseram para cortar o fio A ele cortou o B porque tinha topado que o tipo afinal era o mau! Clássico... E também o "Rosa Sagrada", um episodio especial de duas partes que por acaso havia no meu clube de video. Aqui, o nosso herói percorre meia Europa numa cruzada do tipo Indiana Jones para encontrar um artefacto milenar, muito bom também.
Enfim, por hoje é tudo!